Tenho participado de vários eventos e fóruns de discussões sobre Transformação Digital e Agilidade Organizacional, onde o que mais se tem falado, e já não vem sendo uma novidade, é sobre o maior desafio em qualquer uma dessas jornadas: “a Transformação Cultural/Mudança de Mindset.”
Ao longo da minha carreira venho me dedicando a entender o comportamento humano e formas de potencializar talentos. Mas algo que sempre me deixou desconfortável foi a falta de uma ligação clara entre as metas (KPIs) das Organizações e iniciativas de desenvolvimento de pessoas. Tenho visto muitas iniciativas de sensibilização de times, como hackathons, palestras e workshops motivacionais ou ainda o bom e velho TEAL. Acho tudo isso muito válido, mas a grande questão é como se sustenta a “energia” alcançada nos times, provenientes dessas ações, e como se impulsionam os resultados das organizações frente a essas ações?
Nesse momento de busca de caminhos, foi encontrado o modelo de Transformação Cultural Sistêmica (TCS), que permite, além de sensibilizar times, sustentar que as mudanças de comportamento continuem ocorrendo de forma colaborativa nas organizações, potencializando resultados aderentes a um propósito.
Compartilho aqui parte do que esse modelo propicia e que muito aprendi com os mentores da Transform Action.
Tradução independente de parte do modelo de Transformação Cultural Sistêmica da Transform Action
O modelo TCS permite que os líderes atuem de forma “Diagonal” nas empresas, motivando o engajamento nas iniciativas, evitando-se os extremos, tanto para só foco em resultados (eixo vertical), como empresas muito focadas no bem-estar das pessoas (eixo horizontal) perdendo um pouco da sua identidade e propósito.
Possibilita Interpretar os principais resultados dos Diagnósticos de Valores Culturais associados a Desafios Estratégicos, através da Identificação dos valores e comportamentos que determinam o desempenho atual de um time e sua contribuição para os objetivos estratégicos da organização; Determinação de quais valores e comportamentos devem ser mantidos, ativados e desativados na equipe para obter um desempenho superior sustentável; Desenvolvimento de Iniciativas de Transformação Cultural focadas em melhorar os resultados atuais de um time e alcançar resultados desejáveis para sua organização; Elaboração de compromissos pessoais de ação para facilitar mudanças e melhorias Iniciativas de Transformação Cultural; E validação das Iniciativas de Transformação Cultural, verificando seu alinhamento com os Valores da Cultura Alvo a sua contribuição para os Indicadores do Scorecard.
Para focar no negócio e tornar tangível a contribuição do indivíduo para os Objetivos Estratégicos, as Iniciativas de Transformação Cultural – ITC – integram 3 dimensões do desempenho das equipes da organização:
O que – Para melhorar os resultados atuais da equipe e alcançar resultados desejáveis para a organização.
Como – Ativando Valores e Comportamentos que permitem alcançar um Desempenho Sustentável Superior.
Para que – Contribuir para melhorar os Indicadores Chave de Desempenho da organização.
No novo Paradigma, os líderes são empoderados, inspiram e capacitam suas equipes, para agregar valor e fazer a diferença em O que, como e o para que.
Quando os líderes agem com novos valores, seus comportamentos mudam.
As mudanças de comportamento dos líderes influenciam os valores e os comportamentos de seus times.
A abordagem evolutiva da TCS, aproveita a experiência prática da equipe operacional e convida as pessoas a gerarem soluções para melhorar os processos e resultados de seu trabalho diário. Os times são convidados a expressarem motivações para a auto expressão, conexão e contribuição.
Esse processo gera um senso de propriedade aos novos desafios, que é usado para reunir equipes transversais, que focam na geração de iniciativas para melhorar os indicadores coletivos de desempenho.
Os benefícios obtidos através das ações geradas por equipes funcionais e transversais são os pilares de uma Cultura Ágil e inovativa.
A cultura evolui para inovar, fornecer valor e fazer a diferença.
Fatores Críticos do TCS:
- Senso de Urgência e Necessidade: legitimidade dos objetivos da Transformação.
- Razões fortes para melhorar e alcançar resultados associados à Sobrevivência, Crescimento e Sustentabilidade da organização.
- Visão compartilhada na Coalizão Impulsora “o que nos propomos a melhorar / alcançar / implementar, quando e para quê”.
- Valores Comuns na Coalizão Impulsora “como pretendemos fazê-lo e para quê”.
- A coerência entre o que é pregado e o que é praticado é a caminhada: “Formas de pensar (valores) e agir (comportamentos) alinhados com a estratégia”.
- Participação ativa dos times da organização em modalidades colaborativas de trabalho alinhadas com Motivações Mais Elevadas, auto expressão, conexão, contribuição e Serviço.
- Objetivos alcançáveis no curto prazo: Nos Processos de Transformação, nada triunfa mais do que o sucesso. Relação de esforço / recompensa adequada.
- Reconhecimento das primeiras vitórias, boas práticas e histórias de sucesso. Juntos, nós cocriamos o futuro da nossa organização.
- Definição de uma Cultura Alvo alinhada com a estratégia e com as modalidades de trabalho colaborativo.
- Formalização da Cultura Alvo: Alinhar os sistemas de gestão humana com os valores da Cultura Alvo.
Muito bacana, Carla!
Não conhecia esse modelo, mas vejo nele uma boa prática, pq é baseado em autoconhecimento, diversidade entre os fatores que mencionaste no texto. Obrigada por compartilhar esse conhecimento.
Eu conheci esse modelo início de 2019 e no ano passado me certifiquei nele, depois de ter realizado pelo menos 1 case. Fico a disposição, caso queira saber mais!
Um abraço